Postado por Lígia Silvestre em 25 de março de 2025

Resultados Fracos e Gestão Passiva: O Perigo da Inércia Estratégica

É intrigante perceber como tantas empresas, ao longo dos anos, tornam-se tolerantes com resultados abaixo do esperado. Em um mundo corporativo cada vez mais competitivo, a expectativa natural seria de uma busca constante por alta performance, por estratégias que alavanquem números e consolidem a sustentabilidade do negócio. No entanto, a realidade de muitas organizações revela um cenário em que o baixo desempenho é mantido por longos períodos, sem que isso esteja acompanhado de um plano de ação com prazo definido ou uma intencionalidade clara de resultados a longo prazo.


Esse fenômeno pode ser explicado por diversos fatores, mas talvez o mais recorrente seja a ilusão de estabilidade. Quando uma empresa alcança um certo patamar de faturamento ou se consolida no mercado, há uma falsa sensação de que os problemas podem ser postergados. Gestores e líderes tornam-se complacentes, imaginando que os resultados já consolidados são suficientes para manter a saúde financeira, ignorando sinais evidentes de desgaste ou ineficiência. Essa percepção é um grande risco, pois transforma problemas latentes em crises inevitáveis, que poderiam ter sido mitigadas com ações estratégicas mais cedo.


Outro fator relevante é o medo da mudança. Empresas são compostas por pessoas, e pessoas têm receio de sair da zona de conforto. Admitir que os resultados estão aquém do desejado implica, muitas vezes, reconhecer falhas de gestão, erros estratégicos e a necessidade de um reposicionamento. Esse tipo de autocrítica nem sempre é bem aceito, especialmente em ambientes corporativos onde a cultura de feedback e melhoria contínua não está consolidada. O resultado é a perpetuação de padrões inadequados, na esperança de que o tempo se encarregue de resolver as dificuldades, o que raramente acontece sem uma atitude proativa.


A ausência de um plano de ação estruturado também está relacionada à falta de indicadores claros e mensuráveis. É surpreendente como ainda existem empresas que operam sem uma gestão eficiente de resultados, com métricas inconsistentes ou que não refletem o desempenho real da operação. Sem dados precisos, torna-se impossível identificar gargalos e traçar estratégias que promovam a correção de rota. Dessa forma, líderes acabam conduzindo as operações de maneira intuitiva, sem o respaldo de uma visão clara sobre o que precisa ser ajustado e quais ações priorizar.


Ainda que haja um entendimento superficial da necessidade de mudança, muitos gestores temem o impacto que uma reestruturação pode causar, tanto na cultura interna quanto na imagem externa da organização. A pressão por manter uma postura de sucesso e estabilidade, mesmo que ilusória, gera um ambiente de conformismo e autossabotagem, no qual enfrentar os problemas parece ser mais arriscado do que ignorá-los. Assim, adia-se a implementação de planos de ação que poderiam corrigir os rumos e garantir uma trajetória mais sólida e sustentável.


A falta de intencionalidade para resultados a longo prazo está diretamente ligada a uma visão míope do negócio. Muitas vezes, as estratégias são formuladas com foco exclusivo no curto prazo, em um movimento reativo às demandas do mercado ou às pressões internas. Essa abordagem impede a consolidação de uma cultura de planejamento estratégico robusto, capaz de alinhar os esforços diários a um objetivo maior e mais duradouro. A verdadeira liderança consiste em manter o foco no que é essencial, mesmo diante de resultados que não sejam imediatos.


Para que uma empresa supere essa armadilha, é fundamental que os líderes assumam uma postura mais crítica e comprometida com a evolução contínua. Reconhecer a necessidade de mudança é o primeiro passo, seguido pela criação de um ambiente seguro para a autocrítica e a inovação. A construção de uma cultura de resultados passa pela definição clara de indicadores, pelo acompanhamento sistemático das entregas e pela criação de planos de ação que tenham começo, meio e fim, com prazos e responsáveis bem definidos.



A sustentabilidade dos negócios no longo prazo depende da coragem de enfrentar os desafios com transparência e estratégia. Ignorar problemas ou tolerar resultados medíocres não pode mais ser uma opção para organizações que desejam se manter relevantes e competitivas. Liderar é agir com intencionalidade, assumindo a responsabilidade por transformar cenários adversos em oportunidades de crescimento. Afinal, é na tomada de decisões conscientes que reside a verdadeira capacidade de se destacar no mercado.

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